As tendências da mudança na Logística e Supply Chain em 2025

A área de Supply Chain em 2025 está numa fase de transição, caracterizada por um forte foco em tecnologia, sustentabilidade e resiliência. Estas tendências prometem redesenhar o panorama logístico global, impulsionando as empresas a adotarem uma abordagem mais integrada e inovadora para se manterem competitivas num mercado dinâmico e exigente.

Este contexto desafia os profissionais desta área à evolução contínua, numa conjuntura muito complexa.

As empresas enfrentam pressões crescentes para integrar soluções que não apenas otimizem os processos mas também garantam uma maior transparência e agilidade, pelo que a área da Logística e Supply Chain tem assumido, cada vez mais, um papel estratégico nas empresas, impulsionando transformações organizacionais, desde os avanços tecnológicos e as crescentes preocupações ambientais, com a necessidade de reduzir o impacto ecológico das operações logísticas, até à crescente necessidade de resiliência e eficiência operacional.

As mudanças globais estão a propiciar desenvolvimentos centrípetos para os mercados da Ásia e da América do Sul. Um dos grandes impactos será desde logo nas cadeias alimentares onde, pela primeira vez, a Europa assinou  um acordo (ainda não ratificado) com o Mercosur.

Nas cadeias de retalho especializado e na indústria, as anunciadas taxas de importação já se estão a fazer sentir na economia dos Estados Unidos com um aumento brutal dos stocks especulativos e com um conjunto de medidas de intermediação para ultrapassar os certificados de origem. Estes movimentos vão aumentar a inflação, o que poderá levar a um decrescimento da economia europeia e a um impacto importante no risco da dívida soberana europeia e consequentemente nas taxas de juro, mesmo que a inflação esteja a descer controladamente.

Para além dos impactos de curto prazo, estas tendências poderão agudizar a crise política e a instabilidade já existente nas duas maiores economias europeias, contribuindo para um aumento do populismo e  da instabilidade.

 

 

As empresas europeias vão ser chamadas a aumentar muito a sua contribuição para a defesa, e não havendo como baixar o investimento na saúde e noutras áreas politicamente sensíveis, provavelmente as metas ambientais poderão ser revistas, dado que o esforço de investimento atual não será sustentável, nem para as empresas, nem para o Estado. Contudo, este é um esforço que tem compensado economicamente e no desenvolvimento da sociedade e da tecnologia, onde a Europa tem um atraso considerável face à China e aos Estados Unidos.

Os objetivos estão muito focados na descarbonização por causa do aumento da temperatura global, mas vai começando a fazer-se sentir, de forma autónoma ou complementar, um conjunto de iniciativas e ações efetivas para a regeneração dos recursos naturais pela economia. Assim, não será apenas o tema da economia circular mas da economia regenerativa que vai impactar as empresas no futuro. Esta  juntamente com a inteligência artificial generativa vão ser os grandes elementos motores do posicionamento competitivo das economias em geral e das empresas, no médio e longo prazo.

Tecnologias como a automação, a Inteligência Artificial (IA) e o big data vão desempenhar cada vez mais um papel fundamental na reconfiguração da área da Logística e da Supply Chain, permitindo uma previsão mais precisa da procura, a redução de custos e uma melhor gestão de recursos. Além disso, a IoT (Internet das Coisas) está a transformar a forma como os ativos são monitorizados, permitindo uma maior visibilidade, em tempo real, em toda a cadeia de abastecimento.

No capítulo da tão popular Inteligência Artificial generativa, de uma forma genérica e em particular no desenvolvimento de modelos surpreendentes no que diz respeito ao apoio à geração, verificação e validação de código de software, produzir-se-á uma explosão de LLM (Large Language Model) de empresa que permitirá a automatização de tarefas em processos atuais e uma gestão da base de conhecimento de cada empresa inéditos. Após esta fase de explosão (talvez ainda a par dela) virá o crescimento dos sistemas colaborativos com a digitalização das cadeias de valor, abastecimento e logística. Esta será a fase em que se passará dos modestos assistentes virtuais que fizeram furor em 2024 para uma forma totalmente diferente de  relacionamento entre clientes, fornecedores, concorrentes,  funções e colaboradores internos e associados.

Por fim, a crescente necessidade de resiliência é um dos principais impulsionadores de mudança, uma vez que está evidenciada a importância de garantir cadeias de abastecimento ágeis e bem planeadas, capazes de se adaptarem rapidamente a interrupções e eventos inesperados. Em resposta, muitas organizações estão a investir na diversificação de fornecedores, na descentralização de stocks e no reforço das relações com parceiros, potenciando a colaboração entre os diversos intervenientes. Nesta área em particular a digitalização das cadeias estará na ordem do dia, rompendo definitivamente o isolamento dos sistemas empresariais e tendendo a adotar sistemas colaborativos.